Essa reforma das Naçoes Unidas será fundamental "para que a África tenha uma voz a nível do Conselho de Segurança", sublinha José Maria Neves que ficou igualmente satisfeito com as recomendações de uma maior participação de África no Banco Mundial, assim como no FMI outras instâncias de governança global.
Neves também reforça a importância quanto às medidas anunciadas no que tange à segurança do nosso continente, com a disponibilização de 300 milhões de Euros, por parte da França e da Europa para a melhoria do sistema colectivo de segurança em África.
Outro aspecto a realçar é a criação de um Fundo para a Agricultura de cerca de 120 milhões de Euros, com a possibilidade de aumentar para os 300 milhões de euros ao ano, para garantir a segurança alimentar e o desenvolvimento da agricultura no continente africano.
A protecção ambiental que é outra questão cara para Cabo Verde mereceu, também, especial atenção da Cimeira com os países africanos e a França a compromemeterem-se a rectificar o Acordo de Copenhaga que estipula a meta da redução da emissão de dióxido de carbono na atmosfera em 50 por cento até 2050.
Neves frisa ainda a necessidade, como ficou evidente na declaração final, de uma forte parceria entre a África e a França e a África e a Europa e, "a necessidade de busca de mecanismos inovadores de financiamento, para que o financiamento do desenvolvimento em África seja transparente", permitindo melhor combate aos financiamentos ilícitos e branqueamento de capitais e maior sustentabilidade do desenvolvimento africano.
Como já havia referido o Primeiro-Ministro de Cabo Verde, este reitera a necessidade de a África estar mais presente na governança mundial. Concordando com as afirmações de Nicolas Sarkozy, é deveras inadmíssivel que a África não esteja mais presente nas questões que dizem respeito ao próprio continente.
"Não se pode pensar em resolver as questões da África, um continente de futuro sem a partcipação do próprio continente", afirma, sendo que é fundamental a participação da África no Conselho de Segurança da ONU, no G20 e outras instâncias internacionais.
José Maria Neves, acredita que pela pragmaticidade dessa reunião orientada para as resoluções dos problemas, ela poderá em muito contribuir para o aprofundamento das relações entre o continente e a França e a própria Europa. "Éspero que essas medidas venham a ser implementadas", desejou, sublinnhando e valorizando a decisão de reuniões periódicas entre os ministros dos Negoócios Estrangeiros desses países para fazer o acompanhamento das acções e resoluções tomadas em Nice.
