O Primeiro Ministro de Cabo Verde era aguardado em São Tomé com muita expectativa pelas autoridades e o povo santomense que anseia por uma nova fase nas relações entre os dois país (ver texto: Visita do Primeiro Ministro é aguardada com expectativa).
E, José Maria Neves, na sua primeira entrevista à comunicação social local, ainda na sala VIP do aeroporto internacional de São Tomé, reiterou o firme propósito de incrementar as relações bilaterais com essa nação irmã, tanto a nível das relações diplomáticas e políticas como no plano das trocas comerciais entre os dois países.
"É para o reforço das relações de amizade e cooperação que existe entre Cabo Verde e São Tomé e Princípe…" começou por dizer o Primeiro Ministro, realçando o caracter histórico dessas relações que se traduzem na nossa grande comunidade nessas ilhas desse lado do Equador.
Desde já, destaca-se os novos acordos fitossanitários e zoosanitários que deverão ser assinados entre os dois países durante esta missão diplomática do nosso Primeiro Ministro.
Ainda em 2007, aquando da última visita de José Maria Neves a São Tomé e Princípe, assinara-se um acordo que aborda várias áreas como a agricultura, mas também a educação, a formação profissional, a pesca e o comércio, mas que deverá ser reforçado com bases mais concretas.
Para além dos acordos supra-citados, há iniciativas empresariais cabo-verdianas para o estabelecimento de ligações marítimas em fase negociação mais frequentes entre os dois arquipélagos.
Mas também, acrescenta José Maria Neves, "a criação de condições para que os dois governos possam cooperar no domínio empresarial e no domínio das pescas, desenvolvendo projectos comuns que possam contribuir para uma melhor inserção social e profissional dos cabo-verdianos aqui em São Tomé e que possam contribuir para o crescimentoe desenvolvimento dos nossos dois países".
A comunidade cabo-verdiana em São Tomé
A situação das comunidades cabo-verdiana nesse país é obviamente outra grande preocupação de Neves, sobretudos a dos antigos "contratados" das roças coloniais e seus descendentes que continuam a enfrentar grandes dificuldades de inserção e mesmo de sobrevivência, vivendo em condições sub-humanas.
Aqui a ideia é "sempre em comunhão de ideias e de propósitos com o Governo de São Tomé e Princípe", conseguir o tal acordo tripartido entre esses e Portugal, para resolver problemas dessa referida comunidade que vêm da época colonial.
O Governo de José Maria Neves, recorda-se, tem estado a fazer um enorme esforço nos últimos anos para ajudar, a nível de pensões, sobretudo para os mais idosos, de cerca de 20 euros (490 mil dobras, moeda local) e que representa uma grande ajuda para essa gente, muitas vezes a sua única fonte de renda e também a nível da educação dos jovens e crianças dessas comunidades (ver texto: Visita do Primeiro Ministro é aguardada com expectativa).
