De acordo com o Ministro está-se a preparar um projecto em moldes totalmente diferentes do existente até hoje, para reerguer aquela empresa, em forma de cooperativa em que serão divididos parcelas às pessoas para exploração agrícola, em que estes irão viver do que conseguirem produzir.
Com a quase extinção da produção de banana, fruto da salinização do terreno devido à penetração da água do mar, e com a má gestão nos anos 90, a empresa acabou por cair em falência, estando até há bem pouco tempo a funcionar com alguns funcionários a receberem ainda salários fixos, sem que houvesse produção.
Assim, o Governo efectuou um estudo com técnicos brasileiros para a recuperação daquele terreno (deslixiviação seria o termo técnico), e irá, como tem estado a fazer, investir entre outras coisas, na construção de diques e barragens subterrâneas tanto naquela ribeira como em outras com o mesmo problema para reverter ou evitar a erosão do solo pela invasão da água do mar e que estes acabem por danificar também os leitos de água doce subterrânea.
Para além desses investimentos, o Governo tem estado a apostar fortemente na modernização da agricultura em Santa Cruz com a massificação da rega "gota-a-gota" e outras inovações.
Modernização da agricultura
Não só Santa Cruz, mas todo Cabo Verde tem testemunhado "uma verdadeira revolução no mundo rural cabo-verdiano", refere José Maria Neves. Investimentos como a barragem do Poilão já surtem consideráveis efeitos, como defendem os próprios agricultores presentes no lançamento da rede de adução de água na barragem do Poilão, e que dão razão ao esforço do Governo em projectos de captação e retenção de água.
"Com água nós vamos longe!", afirma convicto. É com essa convicção que o Governo vai arrancar com a construção de mais três barragens ainda este ano na Ilha de Santiago, e já mobilizou financiamento para a construção de mais 10 barragens em todo o país. Neste ano ainda serão construídas 15 mini-barragens no Maio e 5 mini-barragens na Boavista.