Apesar da questão da recolha e tratamento do lixo ser da alçada das edilidades, o Governo está consciente de que essas não estão dotadas das capacidades financeiras para pôr cobro a essas deficiências, daí que propõe um "Djunta mon".
"Temos de fazer uma forte parceria entre o Governo e as câmaras municipais para agirmos a curto e médio prazos, de modo a desenvolvermos um sistema de saneamento básico a nível do país", considera o Primeiro-ministro.
Antecipando esse encontro, Neves fala da necessidade da criação de programas nacionais para recolha e tratamento do lixo, tratamento das águas residuais e de drenagem das águas pluviais nos principais centros urbanos do país.
Este recorda, ainda, os vários investimentos nesse sentido já feitos pelo Governo, como os Centros e redes de tratamento de águas residuais no Sal, em Santa Cruz, em São Vicente e na Praia, e as obras que já iniciaram em Calheta de São Miguel, ou o financiamento já conseguido para o de Santa Catarina por exemplo, exemplificadores dessa preocupação do Governo.
José Maria Neves recorda, ainda, que o Governo tem estado a ver e discutir soluções efectivas e definitivas para a recolha e tratamento do lixo, como mostram as negociações com um grupo de empresários cabo-verdiano/americanos para a instalação de uma incineradora dotada de tecnologia de ponta e que prometia resolver de vez a situação do lixo em Cabo Verde, transformando o lixo em energia.
A postura contraproducente da oposição na altura inviabilizou este investimento, com estes a acenar com um "falso escândalo" de que se tratava de uma iniciativa que visava importar lixo tóxico para serem tratados no País. Na sua última viagem ao Brasil, José Maria Neves terá se encontrado com um grupo de empresários brasileiros que apresentaram uma solução semelhante para ser instalada em Cabo Verde. "O Governo tem propostas e está a analisá-las", avança.
Oportunidade, ainda, para louvar o esforço dos profissionais de saúde nacionais que estiveram à altura do desafio da Dengue e ao espírito cívico dos cabo-verdianos que aderiram em massa à campanha de luta contra esta ameaça. "Foi emocionante de ver", afirma.
Este recorda, também, os muitos investimentos feitos, por este Executivo, na saúde e que hoje se revelam de extrema importância no combate à Dengue. "Já imaginou como seria se não tivéssemos hoje os cinco centros de saúde na Praia ou se não tivéssemos criado a Região Sanitária de Santiago-Norte, por exemplo?!", questiona o Primeiro Ministro.
As críticas favoráveis que o país tem recebido por parte de instituições de saúde internacvionais como a Organização Mundial da Sáude, ou a Assistência Médica Internacional são testemunhas das medidas acertadas do Governo na luta contra a dengue.
Epidemia controlada
Os últimos dados são demonstrativos da eficácia da campanha contra os mosquitos da Dengue e atestam uma redução significativa no número de casos registados. A média de suspeitos de infecção pelo vírus da dengue nos últimos dias tem-se situado abaixo dos 200, números muito inferiores àquelas que vínhamos registando na fase mais crítica da epidemia.
Estes dados são encorajadores e levam, inclusive o Director do Hospital Agostinho Neto e também Coordenador da Comissão antilarval, Dr. Artur Correia, a prever um Natal sem Dengue.
No último Domingo, por exemplo, na Praia registou-se 94 casos, enquanto no Fogo foram cerca de 60, testemunhando essa quebra e que já levou à decisão da retirada das tendas instaladas no Hospital Agostinho Neto para o atendimento aos doentes da Dengue, ainda esta semana.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o número de casos até o Domingo situava-se em 18.882 e 170 casos de febre hemorrágica, e crê-se que estes continuem a baixar nos próximos dias. Todavia, os serviços de saúde alertam para que a população se mantenha alerta e que continue a acatar as recomendações contra a doença, para a sua total erradicação do País.