A Feira que aconteceu neste fim de semana no aerogare do antigo aeroporto da Praia, e agora instalações da Protecção Civil na Achada Grande, reuniu mais de uma centena de instituições nacionais e estrangeiras e mais de 80 stands com as empresas a exibirem os seus produtos e serviços, todos com a perspectiva de apresentarem novas tecnologias e soluções mais baratas e mais amigas do ambiente para a construção de habitações em Cabo Verde.
Soluções essas que serão certamente aproveitadas para o projecto "Casa para Todos" que o Executivo começa a implementar a partir desse ano até 2013 em toda a parcela do território nacional.
Trata-se de uma iniciativa orçada em 17 mil milhões de escudos (aproximadamente 154 milhões de euros) e que visa a criação de condições de ambiente para a construção de cerca de 8 mil fogos. Prevê também a intervenção em outras 15 mil moradias, tudo com o intuito de reduzir o défice habitacional elevado no país, cerca de 80 mil habitações, em 20% até 2013.
Durante a sua intervenção, José Maria Neves, destacou a importância do acto para demonstrar a seriedade do Governo em relação à busca de soluções para essa problemática da habitação, que considera um dos eixos fundamentais para o combate à pobreza e à exclusão e para a redução das desigualdades e melhoria da qualidade de vida dos cabo-verdianos.
Um dos ganhos com a proclamação de 2009 como o Ano da Habitação, considera, foi a sua promoção para a agenda política, mas também social, já que a questão passou a veicular com mais insistência através da comunicação social. Isso só, já é um ganho efectivo dessa aposta do Executivo, considera.
Referiu-se ainda a alguns obstáculos como a questão dos solos e sua gestão que, infelizmente, ainda representa uma "área de conflicto em Cabo Verde, para em seguida realçar as medidas "rigorosas e corajosas" que o Executivo tem encetado no sentido de regularizar essa questão.
Medidas essas que, assegura, promovem maior segurança nas transacções fundiárias e maior democratização do acesso aos lotes, tudo para que os solos se constituam como instrumentos importantes de desenvolvimento global do país, afiança, sem esquecer de solicitar a colaboração dos municípios nessa matéria.
Nessa perspectiva de promoção de soluções baratas de construção, a Ministra da Descentralização, Habitação e Ordenamento do Território, Sara Lopes realçou a iniciativa do seu ministério em promover um prémio para entidades singulares ou empresas que desenvolvam pesquisas e práticas arquitectónicas sustentáveis e amigas do ambiente, que sirvam para resolver o problema habitacional em Cabo Verde. Premio esse no valor de 1 milhão de escudos.
No que concerne à Feira, a ministra manifestou o desejo do Executivo de que ela sirva para trazer novas ideias e alternativas para a construção civil em Cabo Verde, daí que tenha sido introduzido uma forte componente tecnológica e inovadora.
Daí que tenha envolvido uma jornada técnica para debater as inovações na construção urbanística, gestão de solos e ambiente. Essa jornada teve como preocupação debruçar-se sobre a inovação tecnológica e a internacionalização de conhecimentos, trazendo à discussão técnicas e exemplos bem sucedidos em outras paragens, sempre com uma grande preocupação ambiental e social, salienta Lopes.
De salientar que uma das empresas participantes prometeu doar uma casa modelo em exibição na feira, a uma família carenciada de um dos bairros da capital. Essa entrega deverá ficar a cargo da tutela da Ministra da HOT, Sara Lopes. Essa casa modelo foi desenvolvida com tecnologia moderna e materiais baratos que permitem a sua disponibilização a preços controlados.
A FICH, que teve início na sexta-feira 23, terminou no domingo 25 de Outubro.
Cabo Verde passa a ter laboratório de controlo de qualidade
Ainda na sexta-feira, José Maria Neves presidiu a cerimónia de inauguração do novo laboratório de controlo de qualidade da Inpharma, empresa farmacêutica nacional. Um investimento que dá ao país condições de maior controlo da qualidade dos alimentos e de segurança alimentar, mas que também abre perspectivas ao diagnóstico de doenças entre outras possibilidades, recordando que Cabo Verde não dispunha até agora de nenhum laboratório com essas capacidades.
