José Maria Neves que está em missão de trabalho em Portugal, instado a comentar esse impasse, espera "que ainda possa haver consenso e haja entendimentos. Precisamos fazer reformas na constituição da Republica".
Isso, para adaptá-la ao novo momento que se vive em Cabo Verde. Uma das questões caras, e que se insere na proposta de Reforma da Constituição avançada, ao Governo e o partido que o sustenta, o PAICV, é a oficialização da língua crioula, ainda mais depois do reconhecimento de Cidade Velha como Património da humanidade.
Outro aspecto que urge medidas importantes, a nível da revisão da constituição da Republica, é a segurança onde se inserem as questões do combate ao narcotráfico e outras formas de tráfico. Aqui a proposta do Governo avança com aprovação da possibilidade de buscas domiciliárias, e de extradição de cidadãos prevaricadores em "casos muito concretos e específicos", esclarece.
"Apelo a todos os actores políticos para que haja bom senso e para que possamos ainda fazer essas mudanças na Constituição", relembrando que em Democracia não pode haver nem "extremismos", nem "intolerância" e nem imposições de nenhuma das partes", aludindo ao facto de que "a maioria das propostas fundamentais do PAICV tinham sido rejeitadas já na Comissão eventual para a Revisão da Constituição.
Mesmo assim, José Maria Neves reitera a total abertura e disponibilidade do partido que lidera, o PAICV, em retomar as negociações a qualquer momento, pois que, entende, "a revisão terá que resultar do consenso possível entre os actores envolvidos".