"É que nestas paredes estão guardadas histórias de pessoas e de povos de Angola, de Cabo Verde, da Guine Bissau, de Portugal, escritas com suor, sangue e lágrimas, que adubaram o chão da luta e fermentaram os ideais da independência nas ex – colónias portuguesas e da resistência antifascista em Portugal. Este Campo é Património de toda uma Humanidade em luta contra o fascismo e todas as formas de totalitarismo", salienta o PM.
Na sequência, Neves também apelou aos governos portugueses, angolanos, guineenses e dos restantes países dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), para que trabalhem juntos para transformar o "Campo da Morte Lenta" num Museu de Resistência antifascista e de luta anti-colonial.
Isso para que, diz, "lembrarmos a história de um passado que, de um lado, nos envergonha e não queremos que se repita jamais, mas, de outro, nos engrandece, porque houve homens e mulheres que não se calaram perante as injustiças e as arbitrariedades e legaram-nos a coragem de continuar a lutar e a vontade de vencer, sempre".
Desafio, que para já, foi prontamente aceite pelos Ministros da Cultura de Angola e da Guiné Bissau, presentes no acto que foi realizado pela Fundação Amílcar Cabral e o Ministério da Cultura de Cabo Verde com o apoio da Fundação Mário Soares e de outras organizações. 
Num hino à liberdade, José Maria Neves apelou à consciência histórica e à defesa das liberdades e direitos dos Homens, sem esquecer de homenagear aqueles que lutaram e deram as suas vidas para que não só, Cabo Verde, como o Mundo fosse mais livre.
Por coincidência, no mesmo dia em que arrancava o Simpósio no Tarrafal, resgatando a história e estórias de luta e de resistência ao fascismo português, anunciava-se a instauração do dia 18 de Julho, aniversário de Nelson Mandela (o prisioneiro e activista pela liberdade e paz mais famoso dos nossos tempos).
Uma ocasião que José Maria Neves não deixou passar em branco, prestando a sua homenagem pessoal ao líder sul-africano que congratulou-se com a feliz iniciativa. 
O simpósio conta com o alto patrocínio do Presidente da Republica, Pedro Pires.
Nesta quarta-feira, de manhã, voltam as actividades do simpósio com a apresentação de testemunhos sobre Tarrafal e de dois temas: "A geração da utopia e o dever de memória" e "Os ideais e princípios".
Os dois temas, serão apresentados, pela Ministra da Cultura de Angola, Rosa Cruz e Silva, e pelo Presidente da Fundação Amílcar Cabral, Corsino Fortes, respectivamente. ( Aceda o link dos Discursos e Comunicados para ver o Discurso do PM, José Maria Neves)
