Uma história contada em pequenos retalhos, sem a preocupação de uma linha narrativa e que procura, sobretudo, oferecer aos espectadores uma experiência visual e auditiva única.
Como atestaram as palmas em pé, dos milhares que encheram o magnífico recinto do Centro Cultural de Belém, Vasco Martins, seus músicos, dançarinos (dos quais faziam parte três ou quatro elementos dos "Raiz di Polón") conseguiram esse objectivo em pleno.
Só o cenário e a iluminação constituíam elementos de grande beleza que aliados à beleza das danças e à incrível poesia da musica de Vasco Martins fazem de Crioulo uma obra de arte em todos o sentidos e que afecta todos os sentidos, da visão ao tacto, olfacto, audição e inclusive paladar, pois tala sensação de prazer que por pouco nos fez acreditar estarmos a degustar uma fabulosa lagosta.
Já a primeira experiência, logo após a abertura das cortinas, era extasiante, com um palco montado com jaulas por todo lado e que lembravam um cenário desses filmes apocalípticos.
Para quem está acostumada a ver esse tipo de espectáculos, a Opera "Crioulo" apresentou outra curiosidade original, com os músicos suspensos pelo tecto, cada um numa jaula, durante todo o show, estando Vasco Martins de pé numa gigantesca plataforma de metal.
Pode-se dizer que Vasco Martins que com o "Crioulo" um contributo fundamental para a oficialização da língua crioula e para o fortalecimento do orgulho de ser cabo-verdiano. Afinal, o crioulo agora é eclético e "chique", língua de Ópera.