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PM apela à valorização da história e dos heróis nacionais

José Maria Neves apelou à consciência histórica, recorrendo à figura de Amílcar Cabral para exemplificar essa preocupação, para que o país possa ter referências e exemplos para as gerações vindouras.

Para José Maria Neves muitos dos cabo-verdianos "não têm a noção da extraordinária dimensão de Amílcar Cabral para a independência dos povos", pelo que é "preciso valorizarmos um pouquinho mais a figura desse grande homem e para homenagearmos os heróis desta terra".

"Isso para que as gerações futuras possam crescer cientes do nosso percurso como país e sentirem-se orgulhosos desse mesmo percurso", defende.

Um admirador confesso de Cabral, José Maria Neves diz-se um estudioso de seus pensamentos, "não para encontrar respostas para os desafios de hoje", mas para entender como é que ele encarou os desafios de seu tempo.

Mesmo porque os princípios que nortearam as acções de Amílcar Cabral ainda persistem actuais em nosso tempo, o seu sentimento patriótico e a sua profunda consciência colectiva, a sua visão da política como instrumento para fazer o bem comum e melhorar a vida da humanidade.

Recordando também o 20 de Janeiro como tomada de posse de Barack Obama, 44° Presidente dos Estados Unidos e o primeiro afro-americano a atingir tal proeza, o PM percorreu um pouco da história daquele país, passando pelos seus fundadores como Thomas Jefferson, John Adams, entre outros, passando por Abraham Lincoln e Frederick Douglas (primeiro candidato negro a Vice-Presidente dos EUA, ainda no século XIX) e, mais recentemente, Martin Luthor King.

Isso para mostrar que o feito de Obama se deveu ao percurso desses e outros heróis que verteram seu próprio sangue e se sacrificaram para que um dia esse momento fosse realidade.

"Djunta Mon"

O discurso de José Maria Neves mostrou-se mais do que apropriado ao momento que era de homenagem a alguns ilustres cidadãos são-vicentinos que deram o seu contributo à ilha para que ela "brilhasse".

O PM não deixou de os felicitar e desejar que esses e outros cabo-verdianos continuem a honrar o seu país para que esse continue na senda do desenvolvimento. Nisso José Maria "apropriou-se" dos versos de um dos homenageados do dia, o compositor Constantino Cardoso, para apelar à união de todos os cabo-verdianos em prol de toda a nação.

Porque, como diz, mais ou menos o verso, "Nos tudu e fidju di Midju má Fijon… Nos tudu ke nos fraqueza no ta construí um fortaleza", culminando um belo momento de festa que ainda englobou uma missa em honra a São Vicente, Santo Padroeiro da ilha, nos arredores da Academia de Música Jota Monte e uma procissão por algumas das ruas da cidade de Mindelo, com José Maria Neves e Záu, caminhando lado a lado.

Os cidadãos homenageados foram: Adriano da Cruz Brito, Constantino Cardoso, Ilídio Silva Gomes, Jorge Leite Rodrigues, Rodrigo Mascarenhas, Rufino Almeida (Bau), José Carlos Silva Brito (Voginha), Vlademiro Pires e João Manuel Silveira, este último, a título póstumo.