O Dia Mundial do Dador de Sangue criado pela Assembleia Mundial da Saúde em 2005 merece uma menção particular, na medida em que a dádiva de sangue é de transcendente importância. Ela pode salvar uma vida. Basta saber que 25 a 40% das mortes maternas, isto é dos óbitos ligados ao parto, evento que dá vida, são provocadas por hemorragias!
Em 1994 apenas 10 dos 46 países que integram a Região africana da OMS ofereciam segurança nas transfusões sanguíneas, tendo sido recomendado em reuniões sucessivas desde 1999: a urgência na elaboração de políticas nacionais sobre segurança transfusional; a necessidade de se conseguir doações de sangue voluntárias e gratuitas em pelo menos 80% dos casos; e a garantia de não se transmitir doenças, designadamente VIH/SIDA, Hepatites B e C, e Sífilis em qualquer transfusão.
De acordo com uma nota de imprensa do MS, em Cabo Verde, cuja Política de Segurança Transfusional está em vias de aprovação, existe actualmente 3 Centros de Transfusão sanguínea, nos Hospitais Centrais Agostinho Neto e Baptista de Sousa e no Hospital Regional da Ribeira Grande de Santo Antão. Em 2006 foram colhidos, nesses Centros, 1590, 547 e 93 unidades de transfusão, respectivamente, todos eles obedecendo aos critérios de segurança referentes aos riscos de transmissão de doenças.
Só no Hospital Regional da Ribeira Grande de Santo Antão se conseguiu, em 2006, ultrapassar, com 86%, o nível indicado de doação voluntária, gratuita. No Hospital Agostinho Neto a doação ficou-se pelos 19 % e no Hospital Baptista de Sousa atingiu-se 74%. O restante foi completado com "Dádivas familiares" isto é doação de sangue feita nos Centros de Transfusão para substituir unidades de sangue das reservas do Hospital.
"Parece haver relutância, entre os cabo-verdianos, para dar sangue. As "Dádivas familiares" acima mencionadas, nem sempre resultam da colheita de sangue de familiares, mas sim de terceiros", lê-se na referida nota de imprensa.
Uma iniciativa africana "Clube dos 25", em vias de ser seguida no Mundo, lançou a ideia entre os jovens, de doar sangue, vinte e cinco vezes durante a vida inteira. "Trata-se de uma iniciativa a ser promovida e seguida em Cabo Verde".
Assim, o Ministério da Saúde lança um apelo a todos os Cabo-verdianos, em especial aos jovens, para se oferecerem como doadores voluntários contribuindo deste modo para salvar vidas.