O MS acrescenta, ainda, que apesar de se ter chegado a acordo em relação aos serviços mínimos a prestar na maior parte das estruturas sanitárias, "os sindicatos recusaram a proposta do Ministério quanto às urgências da pediatria e dos adultos, nos Hospitais Agostinho Neto e Baptista de Sousa".
"O Governo, enquanto responsável pela garantia da saúde dos cabo-verdianos, procurou negociar com os sindicatos de modo a que os serviços mínimos sejam assegurados, particularmente em relação aos doentes internados e aqueles que tenham necessidade de recorrer aos serviços de urgência", lê-se na nota de imprensa do Ministério da Saúde.
O MS sublinha que, normalmente, nesses serviços trabalham três enfermeiros por turno, mas que os sindicatos acham que um enfermeiro é suficiente para atender os pacientes durante a greve. O MS entende que dois são o mínimo aceitável e que apenas um enfermeiro não consegue garantir o atendimento mínimo nas urgências.
Constatou o Ministério da Saúde que, após o início da greve, no Hospital Agostinho Neto, os cuidados mínimos não estão a ser assegurados nos serviços de urgência da pediatria e dos adultos e, face a essa situação e para se evitar pôr em risco a saúde dos cabo-verdianos, "o Governo assumiu as suas responsabilidades para assegurar os cuidados mínimos, durante a greve, recorrendo à requisição civil dos enfermeiros escalados para os dias 12 e 13 do corrente, nas referidas urgências do Hospital Agostinho Neto".
A nota do MS realça que, por um lado, o grosso das reivindicações que se prendiam sobretudo com a melhoria das remunerações foi satisfeito e, por outro, as reivindicações tipo equivalência do curso geral de enfermagem ao curso superior sem licenciatura, reforma aos 55 anos ou com 32 anos de serviços, promoções e progressões, "são matérias muito complexas e que devem ser muito bem ponderadas, de concerto com outros ministérios, para se evitar a introdução de disfunções susceptíveis de pôr em causa a harmonia da gestão do país".
"Ciente das suas responsabilidades, o Governo continua disponível para manter o diálogo com os enfermeiros, e todos os outros profissionais do sector, de modo a que os ganhos conseguidos na saúde, ao longo dos anos, em Cabo Verde, possam ser consolidados e progressivamente melhorados", conclui a mesma nota.