O Chefe do Governo falava na cerimónia de abertura da reunião do Grupo Regional sobre o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração Pós Conflito e Desenvolvimento na África do Oeste, a ter lugar na nossa capital durante dois dias.
Esta reunião na Praia é a segunda etapa na instalação do grupo de trabalho sobre o DDR e o pós conflito realizado em 2006 em Abidjan e, segundo o Primeiro Ministro, "deve continuar a encorajar uma abordagem participativa dos diferentes actores internos – estatais e da sociedade civil – e dos actores externos que intervêm no financiamento e na aplicação dos programas de construção, da paz, democracia e desenvolvimento".
Para o Chefe do Governo a dinâmica da saída dos conflitos, da reconstituição de vidas e reorganização social, política e económico dos Estados requer uma capacidade "extraordinária" de diálogo, de reconciliação, de construção de pontes e de olhar para o futuro, para lá das questões de índole pessoal, familiar ou étnica.
José Maria Neves exorta para uma análise dos problemas estruturais da África no seu todo não apenas numa perspectiva pós conflito, mas também na perspectiva das causas que muitas vezes conduzem à sua eclosão. "Os países em crise devem ser apoiados no processo de construção de estados democráticos, estribados no primado do direito e na defesa dos direitos, das liberdades e garantias dos cidadãos, no diálogo e na tolerância, estados fortes, descentralizados capazes de integrar e de articular a diversidade cultural e identitária, estados portadores de um projecto de dignidade das africanas e dos africanos e de uma visão desenvolvimento saudável, defendeu.
A governação, na óptica do Primeiro Ministro, tem de ser vista e assumida como um dos maiores meios mais eficazes para a gestão preventiva e equilibrada de potenciais situações de tensão social, independentemente dos motivos subjacentes. "A governação baseada na legitimidade democrática, na interpretação dos anseios das pessoas, numa visão realista e ambiciosa do desenvolvimento, num apurado sentido de equilíbrio dos interesses e das prioridades vitais do Estados.
O encontro, que visa a instalação de um grupo regional de trabalho sobre o DDR e o pós conflito na Africa Ocidental, determinar as suas missões e modalidades, reúne vários países da Africa Ocidental, para alem de Cabo Verde, Senegal, Serra Leoa, Guiné Bissau, Libéria, Mali, Nigéria e Cote d`Ivoire e diversas organizações internacionais e da sociedade civil.
Leia o discurso na íntegra: