O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, salientou este final de semana, na gala em comemoração do 20º aniversário da Câmara do Comércio, Indústria e Serviços de Sotavento (CCISS), o “extraordinário” crescimento do sector privado nos últimos 15 anos e que é, ao mesmo tempo razão e consequência do crescimento que o país tem verificado nesse período, com muito mais oportunidades de negócios nos mais diversos domínios.
“Hoje temos mais oportunidades nos domínios das pescas, no domínio do agronegócio, mais oportunidades no domínio dos transportes aéreos e marítimos, assim como no domínio das tecnologias informacionais, das energias renováveis. Há, com certeza um ambiente mais favorecedor para a realização de negócios”, começou por afirmar o Primeiro-Ministro.
Várias têm sido as iniciativas no sentido de melhorar o ambiente de negócios em Cabo Verde, como mostrou José Maria Neves, nomeadamente a Casa do Cidadão, a Empresa na Hora, o Regime Especial das Micro, Pequenas e Médias Empresas, a CVGarante (Fundo de Garantia Mútua). A Sociedade de Desenvolvimento empresarial, como citou a Ministra do Turismo, Investimentos e Desenvolvimento Empresarial, Leonesa Fortes, está em avançado processo de reestruturação e permitirá um “apoio mais próximo ao desenvolvimento das empresas em Cabo Verde”, reforçou o Primeiro-Ministro.
Outras iniciativas como o Novo Banco, a Janela Única de Investimento e a Janela Única Portuária (JUP), a «Sydónia World» que constitui, juntamente com a JUP, um dos pilares para a Janela Única de Comércio Externo e que está em construcção, para além de outras reformas em curso e ou já implementadas. Estas são algumas das iniciativas em conjunto com as empresas e que prometem facilitar cada vez mais o ambiente de negócios e permitir que Cabo Verde continue a melhorar os seus índices de competitividade e posição no ranking do «Doing Business».
Não obstante os ganhos, Neves admite “algumas barreiras” ao desenvolvimento das empresas e que têm a ver com questões funcionais, em particular algum excesso de burocracia nas repartições públicas, como também no que tange às atitudes e comportamentos tanto ao nível da administração pública como dos privados e que torna-se necessário “provocar profundas mudanças”, para que a administração pública e o Estado “sejam mais amigos das empresas e trabalhem, enquanto instrumento essencial para que o sector empresarial em Cabo Verde possa, efectivamente, assumir o seu papel essencial de alavanca de motor do crescimento económico.
Uma última mensagem, Neves apela a uma atitude mais proactiva e optimista dos empresários viradas para a busca de soluções e que possam transformar a questão do desenvolvimento empresarial num espaço de conquistas. “Vamos fazer do desenvolvimento empresarial em Cabo Verde uma guerra de conquista para podermos ultrapassar juntos os obstáculos que existem”, sublinhou José Maria Neves, no sentido de se poder aproveitar as “enormes oportunidades que estão a surgir desta dinâmica transformacional de Cabo Verde”.
Palavras elogiosas ainda em relação à CCISS pela pressão permanente e a “chamada permanente” de atenção à administração pública para que esta possa servir cada vez melhor as empresas e o país e que tem servido como força motivadora para um desempenho cada vez melhor do Estado.
Por sua vez, o Presidente da CCISS, Jorge Spencer Lima salienta a vontade da instituição que representa de continuar a dialogar com o Governo na busca de soluções para os desafios dos empresários, reconhecendo os avanços alcançados, não obstante os desafios que ainda persistem.
Prova deste reconhecimento é a homenagem feita à Ministra Leonesa Fortes pelo “papel fundamental” na melhoria do clima de negócios. Aliás, esta foi uma noite de homenagens, tendo sido reconhecidas as empresas que fizeram parte, desde o início, da CCISS, bem como dos anteriores presidentes, Orlando Mascarenhas e Paulo Lima.
Volvidos 20 anos da sua fundação, na altura com 50 associados, a CCISS conta actualmente com mais de 800 empresas associadas.